sexta-feira, dezembro 11, 2009

Os Novos Adivinhos

…sobre os sinais que tão diligentemente nos guiam, mesmo que não saibam bem para onde…

A noticia diz que nos Estados Unidos “o desemprego recua inesperadamente em Novembro” e como consequência a bolsa reage com entusiasmo.
Saltam os analistas do costume e no imediato sobem as empresas de crédito porque as pessoas se vão endividar mais, sobem as petrolíferas porque talvez se ande mais de carro e se gaste mais combustível, sobem as empresas que dependem do consumo porque talvez se vá comprar mais, etc., etc.
Até pode ser tudo muito científico, mas a ideia mais forte que me fica, é que sobe tudo da mesma maneira que baixou o desemprego – inesperadamente e ao calhas… digo eu!
O “inesperadamente” da noticia até pode ser inocente, mas a mim parece-me o termo mais lúcido de toda a noticia.
Penso nestes analistas que (nos) comandam, (sempre os mesmos, pais, mentores e actuais salvadores da crise), e não consigo evitar que me venham à memória os Oráculos, cujo mais famoso, o de Delfos, ditou leis, caminhos, decisões durante 15 séculos.
Aí as pitonisas, sob os efeitos do “fumo sagrado”, diziam coisas aparentemente inconsequentes e sem nexo, que os sacerdotes recolhiam e transformavam em informação perceptível.
Aqui os sinais não me parecem menos inconsequentes e sem nexo, só que os actuais sacerdotes, munidos de ferramentas topo de gama, são capazes não só de interpretá-los como de transformá-los em teorias cientificas indiscutíveis.
Será que são?