quarta-feira, dezembro 30, 2009

Morrer é...

...ficar ausente para sempre?

Passamos a vida a correr num tropel vertiginoso, feitos consumidores compulsivos de todas as coisas, em especial de tempo.
Tempo que, à semelhança de todas as outras coisas, consumimos de forma inconsciente sem percebermos que é o único que não volta nem se repete.
Então morre alguém muito próximo de nós.
Paramos por instantes!
Remetemo-nos à nossa insignificância, percebemos quão frágeis somos e repetimos até à exaustão os chavões do costume, que é a vida, que contra isto não podemos fazer nada, que… que…
Que dizer quando não há nada para dizer?
Mas são tão breves estes instantes!
Porque logo de seguida voltamos a ser os super homens do costume, com as prioridades normais do super-homem actual: consumir, olhar para o umbigo, consumir, olhar para o umbigo, consumir…até já não conseguir ver o umbigo, momento a partir do qual passamos a consumidores puros!
Até ao dia em que o outro somos nós!
Então olhamos para trás, para um vazio do tamanho do mundo e não conseguimos vislumbrar nem o vestígio de uma simples pegada!