quinta-feira, junho 08, 2006

E AFINAL É TÂO SIMPLES!!


Um dos argumentos aduzidos pelo Ministro da Economia para contrariar um parecer da Autoridade da Concorrência relativo à concessão de parte das Auto estradas do Atlântico à Brisa foi o de que como as duas Auto Estradas têm traçadas perto uma da outra, isto vai permitir que, por exemplo, não se façam obras ao mesmo tempo, permitindo ao cidadão ter sempre uma a funcionar.
Esta descoberta que parece uma coisa tão simples é afinal a cura para a maior parte dos nossos males e tem um nome – duplicação.
Quando um hospital não funcionar constrói-se um ao lado.
Quando uma escola estiver a dar problemas faz-se outra o mais perto possível.
Quando um serviço não estiver a responder às expectativas do cidadão cria-se outro (de preferência no mesmo prédio para permitir a partilha das zonas de lazer).
E assim sucessivamente.
Depois quando um não funcionar passa-se para o outro e vice-versa!
Ou seja, se se duplicarem todos os serviços temos todos os nossos problemas resolvidos.
Afinal a solução era tão simples, estava mesmo debaixo dos nossos olhos e não a conseguíamos vislumbrar.
O que se pensarmos bem até tem lógica e já tem alguns bons exemplos, como o que nos vem do Futebol onde para cada lugar existem sempre dois ou mais jogadores com os resultados exemplares que nos é dado conhecer.
Aliás só agora percebo porque é que as Caixas Multibanco e as Bilheteiras do Metro funcionam tão bem – são aos pares!

É claro que a mim (leigo em matérias tão avançadas) me parece que é exactamente o contrário e que, uma vez mais, o Estado se eximiu às suas responsabilidades.
A Brisa não tendo nada a perder (tendo todos os clientes) fará as reparações do modo que lhe for mais favorável (podendo acontecer que em alguns casos os seus interesses coincidam com os dos cidadãos).
O Estado em vez de regular e obrigar que os serviços funcionem independentemente de quem os detém, dá tudo a uma das partes como se isso, por si só, fosse sinónimo de mais qualidade e de melhor serviço.

E bem no fundo que importa a minha modesta opinião quando o do douto ministro (deste e doutro qualquer) é outra?

Livre e democraticamente não fui eu que, ou o coloquei lá ou não fui capaz de impedir que lá o colocassem?