quinta-feira, novembro 26, 2009

Quioto… Copenhaga… Paris… Londres… Berlim… PUM!?!?!

…de vitória em vitória até à derrota final…

O anúncio do empenhamento dos Estados Unidos e da China na conferência de Copenhaga da qual é suposto saírem medidas radicais de combate às emissões de CO2 para a atmosfera, é um bom sinal.
Para já, bom sinal, ponto final!
A terra, ela mesma, sabe muito bem que foi na sequência de muitos bons sinais que as coisas chegaram onde estão, a um pequeno passo do precipício.
Nunca como agora desejei tanto estar enganado!
Desejo ardentemente que, por uma vez, o egoísmo, a ambição, o poder e a hipocrisia não se voltem a sobrepor aos verdadeiros interesses de um mundo inteiro, que neste momento, pode ser a sobrevivência de toda a vida, tal e qual a conhecemos!

terça-feira, novembro 24, 2009

Conceitos, Preconceitos e Afins

…o grande gerador de equívocos ou como todas pessoas são o que delas fizermos…

A adivinha
Atravessou a rua como se fosse almoçar!
A ideia primeiro caiu-me nua, depois ganhou forma, transformou-se em si mesma e correu no seu próprio leito.
Sim, ia almoçar. Com uma amiga. Não. Com o amante. Sim, de certeza, com aquele brilho na olhar… será que o marido desconfia, ou sabe mesmo? Não! Não deve saber nada, tem um ar demasiado inteligente para se deixar apanhar. Por isso é que disse no emprego que tinha de passar nas finanças para tratar de um assunto… belo assunto... sexo rápido e desvairado com o amante que não lhe sai da cabeça…
O Foco
Esta facilidade com que emitimos juízos de valor a partir dos indícios mais subjectivos e insignificantes é, neste mundo de sinais exteriores, o grande gerador de equívocos.
A realidade
Isabel vai apressada ter com o marido e a filha para tratar de um assunto da escola.
Isabel está apreensiva, até porque não é nenhuma Madame Curie!

segunda-feira, novembro 23, 2009

Os Novos Piratas

…sobre estes tempos em que ser pirata é uma aspiração mais do que justa…

“Eu quero ser um deles. Eu posso nadar e atirar. Eu quero ser pirata.”
A frase não é de nenhum filme, mas de um jovem Somali aquando dos festejos em Haradhere depois de um bando de piratas ter recebido um resgate de 2,7 milhões de Euros pela libertação do atuneiro Alakrana e dos seus 36 tripulantes.
Tempos estranhos estes (ou talvez não!) de aparente retorno a um passado que julgávamos definitivamente ultrapassado. E a minha dúvida é simples: é mesmo um retorno ou nunca de lá saímos?
Em que difere este jovem aspirante a pirata de qualquer jovem aspirante a outra coisa qualquer no dito mundo civilizado? O certo e o correcto? O bem e o mal?
É jovem, ambicioso, tem as qualificações (sabe nadar e atirar!) e se não for pirata será o quê? A cada um a função consoante as competências!
Curiosamente fiz uma pesquisa e sobre piratas só encontrei referências aos actuais: pirataria informática, de filmes, sobre downloads, de música, na Internet, na tv cabo, etc. etc. Da outra, da propriamente dita, nada!
Não creio que alguém tenha conseguido inculcar neste jovem noções de bem e de mal suficientes (a não ser, talvez, que bom é quando consegue comer e mau quando passa fome!) para que agora lhe consigamos explicar que ser pirata não é uma aspiração legítima!

quarta-feira, novembro 18, 2009

O Direito e o Outro

…porque é preciso continuar a fingir a mudança...

A democracia é uma barca muito frágil que à deriva e muito carregada corre o risco de se afundar.
Já carrega como carga permanente a crise e os seus males endémicos (fome, desemprego e exclusão social).
De quando em vez a corda é demasiado esticada e a crise durante algum tempo foge ao controle.
De há algum tempo a esta parte passou a carregar também a corrupção não de forma pontual e avulsa mas como parte indissociável de si.
É verdade que depois se fazem as purgas do costume, mais legislação, promessas de maior transparência, do fim da fome, da igualdade, etc., etc…
Agora também estamos a prometer uns aos outros que vamos ser todos muito honestos.
Sabendo nós que o logro e a hipocrisia são as peças de que se vai construindo o torpedo da democracia, até quando será possível aguentar o seu lançamento?

segunda-feira, novembro 16, 2009

O Frenesim Ético

… ou como de repente se descobre o que sempre lá esteve...

De um momento para o outro desatou tudo numa corrida aos códigos de conduta e à ética.
Triste sinal dos tempos e sinal claro que a única coisa que se pretende mudar é a forma.
Porque quanto à essência estamos conversados.

A questão é obviamente de códigos e de ética, mas não destes.
É de códigos interiores, de valores, de honra, ou seja, de todas aquelas coisas que em nome do progresso, da competitividade, do vencer a todo o custo, andámos anos e anos a desbaratar.
A ética e os valores não se aprendem, apreendem-se! E isso só é possível se fizerem parte de um quadro social mais alargado que integre de forma sistemática a família, a sociedade e a escola.
Em particular a escola que só cumprirá efectivamente o seu papel quando deixar de formar exclusivamente mão de obra para a competitividade e para o emprego e começar também a educar efectivamente para a cidadania e para a solidariedade.