quinta-feira, dezembro 13, 2007

O Tratado

…o tratado até pode ser mau, mas fica bem assinado!

Tudo o que deve ser feito, deve ser bem feito, mesmo quando seja mau o que bem feito deva ser!
Se o objectivo é afrontar o povo, reduzi-lo à sua insignificância, (e não vejo que outro possa ser!) é óbvio que prata para as canetas que devem assinar o tratado é muito pouco; no mínimo ouro!
Temo mesmo que tenha sido porque isso não foi acautelado que os Franceses disseram não à defunta Constituição Europeia (pelo menos era o que eu faria se uma qualquer Constituição ou Tratado fossem assinados com”miseráveis” BIC’s, sem ofensa para as ditas).
Mas alegremo-nos!
Assinado o Tratado vêm aí a paz, o pão e a saúde para todos!
E menos não deve ser, considerando as manifestações de júbilo colectivas a que temos assistido (tantas e de tanta qualidade que me atrevo mesmo a acreditar que pode ser mesmo mais alguma coisa – um carrito para cada europeu, quem sabe? - ainda que isto seja mais uma secreta esperança minha, pelo facto de o meu “chaço” está a dar o berro).

Pelo meio fica mais uma vitória – a da Cimeira Europa África!
Arrumados os fantasmas da primeira colonização, preparamos o caminho para a segunda, a que genericamente damos o nome pomposo de Parcerias Estratégicas para o Desenvolvimento, o que, como bem sabemos, significa que as Multinacionais vão explorar o que ainda sobra lá e nós vamos vender tudo o que por cá nos sobre desta sofreguidão consumista que nos devora lentamente.
E em face destes desígnios superiores que interessam o Darfur, o Sudão, a Etiópia, ou o Zimbabué?
Continuo a acreditar que os Senhores do Mundo hão-de acabar por salvar o homem, nem que para isso tenham de acabar com ele!