quinta-feira, janeiro 24, 2008

Com a Verdade me Enganas

…ou como passaram tantos anos e evoluímos tão pouco…

As recentes declarações do líder do maior partido da oposição, sobre colocação de gestores e de “fazedores” de opinião, dá-nos a ideia exacta do entendimento que os nossos políticos têm da causa pública: uma coutada a dividir de forma proporcional entre os mais fortes.

Nem é falta de pudor que me aflige.

O pior é a tristeza de confirmar que, passados milhares de anos, por mais avanços que apregoe o homem ainda não se conseguiu libertar do anacronismo inicial da vivência em sociedade - o tribalismo.

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Ratifique-se!

ou como, uma vez mais, somos poupados à vergonha pública de ter de mostrar a nossa ignorância…

“Não, não e não!”
“Mas tu prometeste…”
“Mas depois voltei a prometer outra coisa aos senhores da Europa que me apoiaram. E bem sabeis que as promessas são como os casamentos, o que vale é sempre o último”
“Está bem, mas…”
”Não há mas nem meio mas, até porque como muito bem sabem, o texto do tratado é demasiado confuso para que o simples cidadão perceba o que quer que seja. Como é que se podem pronunciar sobre algo que não entendem?”
“Isso é verdade, mas a maior parte dos parlamentares também não percebem e vão ter que dizer alguma coisa.”
”Mas aí não há problema, porque não têm que perceber grande coisa. Nunca ouviram falar em disciplina partidária? Só têm que fazer o que o chefe mandar e mais nada! É simples!”
“Sim, mas…”
“Não!Até porque o que eu disse que referendava era a Constituição Europeia e como bem sabem, estamos a falar do Tratado de Lisboa que é uma coisa diferente!
Está decidido!Ractifica-se!"

Os exemplos anteriores (Regionalização e Aborto) não são bons para defender que um Referendo pudesse clarificar o que quer que fosse em termos de Europa, tanto quanto a debate de ideias, como em termos de participação.
É verdade.
Mas não inventemos, nem tentemos “engodar a tropa”.
Não nos podemos dar ao luxo de ficar de fora do que é a vontade dos senhores da Europa.
Nem devemos, digo eu, mas então chamemos as coisas pelos nomes!

Ratifique-se porque Portugal não se pode dar ao luxo de o povo dizer não!
Ponto final!