A Arrogância do Poder
a propósito do poder da comunicação e da força quando usados de forma indiscriminada ou orientada num único sentido, o que, como bem sabemos é muitas vezes a mesma coisa
Se há noticias que são sinais, dos últimos dias ficam duas que são faróis incandescentes nesta escuridão muito iluminada que nos envolve.
A primeira diz que já morreram sete crianças ao tentarem imitar o enforcamento de Sadam Hussein e a segunda que os Estados Unidos bombardearam uma aldeia na Somália para supostamente aniquilar seguidores de Bin Laden, com elevados “danos colaterais”.
Aparentemente diferentes, (uma remete para o espectáculo e outra para o uso indiscriminado da força), são na verdade faces da mesma moeda: a arrogância nas suas formas mais incisivas, a do poder e a da força.
Poder porque comunicação hoje é poder à solta, usado de forma indiscriminada, com uma única regra – a das audiências.
A mediatização é uma máquina trituradora, não disto ou daquilo, mas de todas as coisas que sirvam para a alimentar. Sem ética, valores ou regras!
Quando se faz passar de forma intermitente pelos olhos de uma criança a realidade e a fantasia num contínuo indissociável como fazê-la perceber depois o que é cada uma?
Força porque à semelhança do que sempre aconteceu desde que o homem o é, quem manda é quem detém a força e quem a detém usa-a de forma indiscriminada, ao sabor dos seus interesses, indiferente ao sofrimento ou à dor daqueles que atinge, tão só porque os atinge sempre em nome dos mais elevados valores, para cuja prossecução tudo é permitido.
Quando se ataca uma aldeia matando dezenas de civis cuja única culpa foi estarem no local errado na hora errada em que é que esta acção é diferente de quaisquer outros usos indiscriminados da força?
O que legitima o uso desta força a não ser a força ela mesma?
A necessidade de justificação é para o homem causa de muitas angústias, mas a capacidade de auto-justificação que daí advém, transforma com demasiada facilidade a angústia em tragédia.
A verdade é que o homem tem uma capacidade infinita de se auto-justificar e em nome dessa capacidade todas as barbaridades são não só possíveis como passíveis de se transformarem em boas acções!
10 de Janeiro 2007
Se há noticias que são sinais, dos últimos dias ficam duas que são faróis incandescentes nesta escuridão muito iluminada que nos envolve.
A primeira diz que já morreram sete crianças ao tentarem imitar o enforcamento de Sadam Hussein e a segunda que os Estados Unidos bombardearam uma aldeia na Somália para supostamente aniquilar seguidores de Bin Laden, com elevados “danos colaterais”.
Aparentemente diferentes, (uma remete para o espectáculo e outra para o uso indiscriminado da força), são na verdade faces da mesma moeda: a arrogância nas suas formas mais incisivas, a do poder e a da força.
Poder porque comunicação hoje é poder à solta, usado de forma indiscriminada, com uma única regra – a das audiências.
A mediatização é uma máquina trituradora, não disto ou daquilo, mas de todas as coisas que sirvam para a alimentar. Sem ética, valores ou regras!
Quando se faz passar de forma intermitente pelos olhos de uma criança a realidade e a fantasia num contínuo indissociável como fazê-la perceber depois o que é cada uma?
Força porque à semelhança do que sempre aconteceu desde que o homem o é, quem manda é quem detém a força e quem a detém usa-a de forma indiscriminada, ao sabor dos seus interesses, indiferente ao sofrimento ou à dor daqueles que atinge, tão só porque os atinge sempre em nome dos mais elevados valores, para cuja prossecução tudo é permitido.
Quando se ataca uma aldeia matando dezenas de civis cuja única culpa foi estarem no local errado na hora errada em que é que esta acção é diferente de quaisquer outros usos indiscriminados da força?
O que legitima o uso desta força a não ser a força ela mesma?
A necessidade de justificação é para o homem causa de muitas angústias, mas a capacidade de auto-justificação que daí advém, transforma com demasiada facilidade a angústia em tragédia.
A verdade é que o homem tem uma capacidade infinita de se auto-justificar e em nome dessa capacidade todas as barbaridades são não só possíveis como passíveis de se transformarem em boas acções!
10 de Janeiro 2007